Página inicialBlog Escolha VerdeCombate ao lixo plástico exige ação integrada entre empresas e consumidores

Combate ao lixo plástico exige ação integrada entre empresas e consumidores

Mudar atitudes como questão de se manter alerta, caprichar no bom senso e respeito ao coletivo. Você já deve ter percebido que para ser sustentável precisamos deixar o individualismo de lado.

Iniciativas fáceis, como trocar o copo descartável de água por um de vidro, fazem uma diferença danada no final do mês. Mas tem hábitos que exigem e demoram um pouco mais pra gente mudar. E aí o jeito é empenho mesmo! Nada de desistir.

Até porque tem toda uma rede de negócios verdes chegando aí para nos ajudar.

O quão dífícil é se livrar do consumo de plástico? Colocar a sustentabilidade como modo de vida, tornando algumas práticas um hábito é o meu desejo e de muita gente por aí.

A marca curitibana BeeGreen oferece produtos sustentáveis e que incentivam o consumo consciente. O canudo de inox reutilizável é a resposta para combater o uso daquele de plástico, que ao longo dos anos se acumula no meio ambiente.

Uma das fundadoras da empresa, a Patricya Soares Bezerra, conta que no começo as pessoas não acreditavam que vender canudo poderia ser lucrativo, porque era hábito o consumidor ganhar o produto nos estabelecimentos junto com os produtos de consumo rápido.

Com o passar do tempo, a empresa foi se estabelecendo. “A gente começou 2018 vendendo mil unidades mensais e fechamos o ano com quase cem mil unidades vendidas.”

Patrícya e Jessica, as criadoras da marca BeeGreen em Curitiba. Foto Daniela Carvalho
Patrícya e Jessica, as criadoras da marca BeeGreen em Curitiba. Foto Daniela Carvalho.

A busca por inspiração para criar e oferecer novos produtos é constante e inclui diferentes fornecedores de matéria-prima e embalagens. Sócia de Patricya, a Jessica Pertile está sempre envolvida em ações em defesa da natureza e de combate ao lixo descartável. “Esse movimento de pessoas que querem recusar o plástico descartável está crescendo e é um caminho sem volta”, garante ela.

Além do crescimento dessa rede de pessoas mais conscientes, a legislação tem ajudado a fortalecer as iniciativas.

Eliminar o uso do plástico virou um desafio para a Patricya até mesmo durante a gestação, quando colaborou com um estudo científico de estudantes do curso de Medicina, da Universidade Federal do Paraná. “Já ouvi dizer que ele impacta em risco de obesidade, câncer.

Também há outras pesquisas falando que o plástico impacta não só o meio ambiente mas o nosso meio também, dentro da gente.”

Mudar hábitos do consumidor, mostrando os impactos das ações de cada um sobre o planeta, se tornou um compromisso das empresas que investem nesse mercado mais sustentável.

Sheila Peruzzo, comerciante
Sheila Peruzzo vem de uma família de donos de restaurantes no Paraná. Quando a entrevistei, também estava grávida. No restaurante que administra cuida do futuro da família e contribui com dias melhores para todos. Foto Nilson Machado

No restaurante da Sheila Peruzzo, num dos bairros mais nobres da capital paranaense, os canudos reutilizáveis estão a disposição de quem quer comprar e levar pra casa. No local também é possóvel aprender sobre compostagem de resíduos orgânicos e entender como o alimento pode ser aproveitado de forma integral. Sem desperdício. Uma ideia que conquista clientes!

A enfermeira Mirelle Garrido é cliente assídua. Ela conta que se alimentar de forma mais sustentável faz parte de um processo maior, que inclui produzir cada vez menos e separar o lixo produzido. E isso começa com a alimentação saudável. “Quando você passa a consumir menos industrializados e mais comida de verdade, você automaticamente vai removendo lixo da tua vida.”

Sheila concorda que a melhor forma de reduzir é não gerar lixo. “Então a gente procura não utilizar embalagens descartáveis, nem oferecer canudos de plástico aqui no restaurante… Dessa forma a gente reduziu o volume em 50%. Mas a nossa meta é continuar nesse desenvolvimento de consciência e reduzir ainda mais.”

Iluminação natural, espaço para descanço e orientação sobre alimentação saudável e ações de sustentabilidade urbana integram o restaurante, em Curitiba.
Iluminação natural, espaço para descanço e orientação sobre alimentação saudável e ações de sustentabilidade urbana integram o restaurante, em Curitiba.

Oferecer produtos verdes também foi a alternativa encontrada pela ONG Parceiros do Mar como forma de viabilizar as atividades. O copo ecológico é vendido pela internet – e virou objeto de desejo dos voluntários. Mas não adianta comprar e deixar no armário!

O propósito é que, assim como os canudos reutilizáveis, o copo ecológico esteja sempre a mão na hora mais necessária. Então, tem que acostumar a levar na bolsa, deixar no carro. “Aí quando você vai tomar a água, o cafezinho, o chopinho, você tem o próprio copo e não contribui para gerar mais resíduo”, alerta Silvia Turra Grechinski, fundadora da Parceiros do Mar.

A organização não governamental realiza mutirões de limpeza e ações em defesa da natureza e de quem frequenta os ambientes costeiros. A ideia nasceu depois da morte da irmã de Sílvia, a estudante Renata Turra Grechinski, em fevereiro de 2012. Ela sofreu um acidente enquanto surfava com amigos no litoral do Paraná. Uma fatalidade ocasionada por um artefato ilegal de pesca deixado no mar. Acidente causado pela falta do olhar para além das próprias necessidades.

“Existem pontos em que o tipo de pesca que estava sendo praticado pode ser feito e outros onde não pode. No caso, foi colocada uma poita – espécie de âncora com determinado formato para fundear a embarcação – num lugar ilegal. E porque era irrelugar a poita estava clandestina, sem a bóia sinalizadora. Quando a Renata e os amigos entraram na água para surfar ninguém viu esse artefado e foi nisso que ela enrroscou o leash da prancha, espécie de cordinha que mantém a prancha presa ao tornozelo do susfirta.”

Os amigos não conseguiram rasgatar a estudante a tempo.

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Em 35 mutirões realizados em 15 cidades de cinco estados a Parceiros do Mar já recolheu 20 toneladas de resíduos. A maior parte pedaços de plástico, canudos, bituca de cigarro e garrafas pet. A Sílvia comemora. “Há seis, sete anos as pessoas não tinham tanta consciência para o risco do descarte irregular, da necessidade de reutilização… A gente vê agora um movimento que está na moda e que nós já estamos surfando nessa onda também. Dá pra perceber essa mudança positiva na população, entre os comerciantes, os governantes, em compreender a responsabilidade de cada um”, finaliza a ambientalista.

Pois é, pode não ser fácil no começo. Mas quanto mais gente se envolve com a atitutes e ações sustentáveis, o mercado consumidor cresce incentivando a busca de alternativas para lançamento de produtos verdes mais acessíveis. E todo mundo ganha.

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