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Terremoto na Itália e a dor da não vida

Terremoto de magnitude 6,2 escala Richter atingiu o centro da Itália durante a madrugada desta quarta-feira. Foto Ansa

Terremoto de magnitude 6,2 escala Richter atingiu o centro da Itália durante a madrugada da quarta-feira, 24 de agosto. Foto ANSA

Chega ao fim a semana do “terremoto na Itália”. Muita gente por esses dias suspirou rapidamente e teve um pensamento, espero que também breve, do tipo “ainda bem que no Brasil não tem tremor de terra…”. Mas as dores ocorridas lá não poderiam ser mais próximas. Nenhum brasileiro teve o nome confirmado entre as vítimas da tragédia no centro da Itália, é verdade. Mas ainda assim, as dores de agora lá no Velho Continente também são nossas. Seja por uma identificação com a dor do outro – um sentimento básico e que nos confere humanidade – seja por uma lembrança. Nesses últimos dias muita gente lembrou de outro grande terremoto – muitíssimo maior – com inacreditáveis 316 mil mortos! A catástrofe ocorrida no Haiti, em janeiro de 2010, tem entre as milhares de vitimas a médica brasileira Zilda Arns. A criadora da Pastoral da Criança faria 82 anos no dia 25 de agosto – justo nesta semana do “terretomo na Itália”. A dor que entristece além mar também é de cada brasileiro. É a dor de toda pessoa que se alegra com a simplicidade da vida; que se comove com gente que dorme na calçada. A dor de um terremoto é a dor da não vida – a morte que chega sem aviso.
De acordo com as últimas informações oficiais o número de mortos com o tremor chega a 267. O jornalista Kelson Henrique, que tem sede em Barcelona, na Espanha, nos últimos dias se deslocou para Roma e faz um relato para o Escolha Verde do que tem acompanhado por lá.

O pavilhão desportivo usado como abrigo para as vítimas do terremoto e equipes de resgate. Fotos ANSA / FLAVIO LO SCALZO

O pavilhão desportivo usado como abrigo para as vítimas do terremoto e equipes de resgate. Fotos ANSA / FLAVIO LO SCALZO

A velha Itália diante de 267 mortos
Kelson Henrique, de Roma
Uma sexta-feira marcada por poucas esperanças. As equipes de resgate continuam buscando intensamente por possíveis sobreviventes nas cidades italianas devastadas pelo terremoto que deixou, pelo menos até agora, 267 mortos. As horas passam e levam a esperança de famílias inteiras que continuam à espera de amigos, filhos, parentes que seguem desaparecidos.
A velha Itália vive dias de sofrimento e solidariedade. No total, 238 pessoas foram retiradas com vida dos escombros, desde o início de quarta-feira, quando o terremoto arrasou três simpáticas cidades nos montes de Úmbria.
O país prepara um funeral de Estado e declarou luto nacional neste sábado (27). Serão realizadas as primeiras cerimônias fúnebres das 50 vítimas de Arquata del Tronto, uma das cidades destruídas. Durante todo o dia, as famílias prepararam os mortos e organizam os primeiros funerais, incluindo o de duas crianças e de seus avós. A celebração fúnebre será realizada em um ginásio e deve contar com a presença do presidente italiano, Sergio Mattarella. Só nesta cidade, morreram 49 pessoas.
O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, declarou estado de emergência nacional e destinou 50 milhões de Euros de fundos para a reconstrução das áreas atingidas. Com o apoio de importantes universidades e escolas de engenharia, o executivo anunciou ainda um novo plano de prevenção antissísmica, depois que o balanço de mortos chocou a Europa. Os números são assustadores: de acordo com o último boletim comunicado pela Defesa Civil, 387 feridos estão hospitalizados, 40 em estado gravíssimo. E 928 tremores secundários foram registrados na área ao redor de Amatrice – a cidade mais destruída – e das cidades vizinhas de Pescara del Tronto, Accumoli e Arrquata del Tronto.
KelsonKelson Henrique é  repórter na TV España, em Barcelona.
Jornalista do mundo que ama o universo real e se tiver cachorros, pira!
Repórter correspondente para Itália e âncora para a Espanha sobre o processo de independência da Catalunha.

Trabalho de resgate e escavação ocorre também durante a noite com a ajuda de cães. Foto ANSA / FLAVIO LO SCALZO

Trabalho de resgate e escavação ocorre também durante a noite com a ajuda de cães. Foto ANSA / FLAVIO LO SCALZO

Uma mulher e seu filho em uma cidade tenda montada em Amatrice. Foto ANSA / ANGELO CARCONI

Uma mulher e seu filho em uma cidade tenda montada em Amatrice. Foto ANSA / ANGELO CARCONI

Uma vista de Accumoli reduzida a uma cidade fantasma. Foto ANSA / MASSIMO PERCOSSI

Vista de Accumoli, reduzida a uma cidade fantasma. Foto ANSA / MASSIMO PERCOSSI

 

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