Há quem encare este período do calendário como o mais dramático, aquele que mais nos desperta melancolia.  Mas em tudo há uma escolha. Pra sobreviver aos últimos dias de 2015, a profundidade de Vinicius de Moraes…

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Objetos deixados por fiéis na Gruta do Monge, cidade da Lapa, PR. Foto Gislene Bastos


Poema de Natal
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos…
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
Vinicius de Moraes

Jornalista, palestrante e criadora da Tríade da Expressividade. Com 30 anos de TV e 18 premiações de jornalismo, ajudo líderes e empresas a transformarem comunicação em influência poderosa e resultados reais. Aqui, você encontra reportagens exclusivas e insights estratégicos sobre negócios, inovação e sustentabilidade, sempre com foco na geração de impacto positivo. Viajar faz parte da minha busca por ampliar horizontes – e inspirar você!

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