Viajar e prestar serviço humanitário. Uma tendência mundial começa a ganhar força também dentro do Brasil. Neste momento, profissionais brasileiros e da Bolívia, Paraguai, Argentina e Tailândia, estão em uma das regiões mais pobres do país prestando orientação e serviços para melhoria da qualidade de vida da população.
A Semana Médica VV no sertão do Piauí tem a participação de 48 voluntários, sendo mais de 10 especialistas da área da saúde, que prestam atendimentos de odontologia, psicologia , fisioterapia, clínica médica, cirurgia, pediatria, oftalmologia, ginecologia, infectologia, entre outros. A ação está sendo realizada entre primeiro e nove de novembro. E para conseguir tantos dias de folga a maioria aproveita as férias do trabalho para a viagem de voluntariado.
Em cinco dias foram aproximadamente mil atendimentos nos quilombos da Serra do Inácio, município de Betânia do Piauí, Batemaré, no interior de Paulistana e Tanque de Cima, Acauã. Os municípios ficam no sul do estado, a quase 500 Km da capital Teresina.
A ação é uma parceria entre Dharma Project e Volunteer Vacations, com a coordenação médica da Dra Karina Oliani, e logística de Mariana Serra e Victor Bigoli.
Além das consultas, os voluntários realizam exames de acuidade visual, distribuição de óculos de refração e cirurgias de baixa complexidade. Após o diagnóstico, os remédios são entregues pela equipe da farmácia. As atividades se concentram em espaços públicos nas próprias comunidades.
Uma equipe volante também percorre os povoados para atender doentes com dificuldade de locomoção. É durante a visita domiciliar que os profissionais convivem de maneira intensa e conhecem a realidade do povo sertanejo.
Muitas famílias ainda vivem em casas de taipa, com as paredes feitas de uma mistura de barro e galhos de madeira. Algumas não tem energia elétrica. E a maioria armazena a água em cisternas de 2 mil litros construídas em alvenaria, mas que só são abastecidas com a ajuda do Exército – o que ocorre apenas uma vez por mês. A maior parte do tempo a água é escassa e usada basicamente para a alimentação. A seca no sertão é a pior dos últimos 5 anos.
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janete /
muito bom o seu artigo
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Gislene Bastos / Autor /
Obrigada!
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