Produto é aliado contra “insumos marrons” na linha de produção de veículos elétricos
Dirigir um carro elétrico é mais sustentável que o mesmo modelo com motor a combustão? Consumidores, e alguns especialistas, questionam o avanço da tecnologia, mesmo com o preço caindo ao longo dos anos. Contra o abandono do veículo que queima combustível derivado de petróleo ou o produzido a partir de fontes renováveis, como etanol, e lança CO2 na atmosfera, estão críticos da mineração e do alto consumo de energia elétrica no carregamento das baterias. É uma equação com muitas variáveis. Mas, numa leitura bem básica, o carro elétrico está vencendo. Mesmo com o preço ainda proibitivo para a maioridade da população e com infraestrutura de eletropostos pequena.
Nesta quinta-feira um novo passo foi dado para ampliar a vantagem do elétrico frente aos carros convencionais. Saiu pelo Porto de Vitória (ES), o primeiro carregamento de lítio verde do mundo. Foram 30 mil toneladas produzidas com o conceito “Lítio Verde Triplo Zero”, o mais elevado nível de sustentabilidade industrial na fabricação de insumos para baterias de veículos elétricos. Significa que o produto foi obtido com zero emissão de carbono, zero rejeitos e sem barragens, com zero utilização de químicos nocivos.
Esse conceito é o que torna possível a neutralidade de carbono a ser atingida pelos fabricantes de baterias de veículos elétricos. Já no próximo ano estima-se que a produção mundial chegue a 12 milhões de unidades nas mais de 100 grandes fábricas instaladas hoje no Japão, Coreia do Sul, China e Estados Unidos. Foram embarcadas 15 mil toneladas de Lítio Verde Triplo Zero e 15 mil toneladas de subprodutos ultrafinos de alta pureza (“Subprodutos Verdes Triple Zero”), ambos usados nas baterias para utilização automotiva.
O Lítio Verde Triplo Zero está sendo produzido pela Sigma Lithium nos municípios de Araçuaí e Itinga, onde está em execução o Projeto Grota do Cirilo, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais; e onde foi instalada a planta de beneficiamento pré-químico de separação e purificação por tecnologia de meio denso, com o primeiro módulo de planta de empilhamento a seco. O processamento greentech industrializa de forma automatizada e digitalizada, simultaneamente, o Lítio Verde Triplo Zero e o Subproduto Verde Triplo Zero. O investimento passou de R$ 3 bilhões de reais nos últimos seis anos, incluindo a compra de 59 mil toneladas de créditos de carbono no mercado não-regulado, originados na floresta amazônica.
VALE SABER DA GISA
A maior indústria instalada no Rio Grande do Sul, a CMPC Brasil com unidade industrial localizada na cidade de Guaíba, na Grande Porto Alegre, será a primeira empresa no Brasil a operar caminhão com sistema de tração elétrica. A companhia recebeu o veículo nesta quarta-feira para uso no transporte de madeira. O Hybrid R é um semirreboque da Randon e conta com a tecnologia e-Sys, da Suspensys – as duas empresas pertencentes ao grupo Randoncorp.
A utilização do veículo faz parte de um projeto-piloto em parceria com a transportadora Expresso Nepomuceno. A expectativa é promover a descarbonização da atividade e reduzir em até 20% o consumo de combustível nas viagens entre as cidades gaúchas de São Gabriel e Guaíba, especialmente em movimentos de descida e frenagem.
A planta industrial brasileira integra o grupo chileno CMPC e produz, por ano, cerca de 2 milhões de toneladas de celulose – matéria-prima biodegradável utilizada na fabricação de produtos de higiene pessoal e de embalagens Todo o resíduo sólido do processo industrial é reaproveitado em 13 novos produtos.
