Verde e amarelo nas ruas
Todos nós temos posicionamento político. Mas desde que a razão cedeu lugar à paixão político-partidária tenho evitado exposição desnecessária, especialmente nas redes sociais. Aqui as palavras são mal interpretadas quase sempre. Nos últimos dias o distanciamento tem sido difícil. Desde ontem vivemos em estado de choque euforia indignação medo tensão paralisia revolta… e tudo sem vírgula mesmo! Sentimentos confusos. Há uma necessidade urgente de volta à razão. Nas ruas o desemprego, as contas a pagar e aquela viagem de férias não feita explodem em panelaços, buzinaços e gritaços. Temos uma legião à procura de um líder, um salvador talvez. Mas de onde ele poderia surgir? Não de ânimos transbordantes de ódio. Essa cegueira que anestesia a razão serve muito bem aos interesses de alguns. Não sejamos os “úteis da vez”. Temos necessidade de restabelecer a ordem, a segurança, as questões de direito e recuperar nossa economia. Mas que não seja pelo caminho de uma ditadura forjada enganosamente nas ruas. Aos que bravejam palavras de ódio, sugiro uma pausa pra releitura da nossa história – talvez ao som das músicas que embalaram outra geração de brasileiros, em tempos igualmente difíceis. Há muitas leituras a fazer e é certo que qualquer que façamos hoje, teremos que refazê-la num futuro não muito distante.
Estejamos então abertos a análises sem paixões. Busquemos o novo, mas sem cair em erros do passado. Eu sou jornalista e tenho como princípio apurar fatos, interpretar comportamentos, declarações, contrapor posições. Sem paixões demasiadas ou filiação partidária.
“…precisa ter olhos firmes
Pra este sol, para esta escuridão
… É preciso estar atento e forte”
Trechos da música Divino Maravilhoso, Caetano Veloso
“Hoje eu sei que quem me deu a ideia
De uma nova consciência e juventude
Tá em casa, guardado por Deus
Contando vil metal…”
Trecho da música Como Nossos Pais, Belchior
Escolha a “sua” música pra esse momento. Qual você sugere?
